Aprendi a andar nas areias da praia:
mulheres sem saia, quase desnudas,
pele verde-mar, salvo o verde-malva das mamas.
Aprendi a nadar, mergulhar e ver de perto
os detalhes sinuosos da espécie humana.

Cresci e, de costas pro mar, percorri
meu país até onde as marcas seculares
do homem se escondem, em tempo e lugar
incertos, insertos na história, nas rochas,
nas reservas arqueológicas a céu aberto.

Fugi do sol em casebres de pau a pique,
cercados de cactos e belos umbuzeiros,
coroas-de-frade e imburanas-de-cheiro,
aroeiras, rabos-de-raposa e xique-xique.
Bebi água barrenta, enlodada, do barreiro.

Nadei em rios caudalosos, quase mar.
Ouvi contos engraçados, outros de arrepiar.
Inda guardei na memória uma bela história
de amor, na qual mergulhei pra tudo ver de perto,
como viajor, esmiuçador e mero escrevinhador.
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P.S.:  
- Escrevi a história de amor que tinha guardada na memória:
          "AMAR A DOIS sobre todas as coisas".
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- Uma análise comportamental de gerações que, ou se isolam geograficamente,
ou se distanciam no tempo.  A moral, invariável na  primeira situação, alcança
outros valores e quase se anula na segunda.
- Primeira paixão de um homem (pré-adolescente) por uma mulher, negra, sua segunda mãe dissimulada, cuja conduta (explícita) com o amante era inteiramente censurada pelas outras mulheres da vila.
- Segunda paixão desse mesmo homem (adulto) por outra mulher, recém-chegada
à vila, em quem observara atitudes semelhantes às da mulher-mãe que tanto amara em segredo.
- Reencontro do principal personagem com um velho amigo - vítima de cegueira -, de quem recebe filosóficas e prodigiosas lições.
- Reencontros sensuais e oníricos com a fugidia mulher dos seus sonhos.
- Final inesperado: um suspense quiçá romântico, quiçá dramático.
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- Primeira edição (284 páginas): esgotada.  Impressão exclusiva para alguns amigos.
- Segunda edição (150 pgs., aproximadamente): inteiramente revisada.  Impressão aguardada sem exclusividade.
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João Pessoa/Recife, novembro/2014.