DELEGADO EM PROSA E VERSO
Ontem vi na televisão Bastante circunstanciados, Os versos de um delegado Em sua argumentação. Contava uma ocorrência Em seu boletim registrada, Com estrofes bem rimadas Mostrando sua providência. Nenhum termo lhe faltou. Mostrou real competência E o remeteu com urgência À instância superior. O superior quando leu O documento em versos Sobrestou logo o processo E o belo texto devolveu. Lembro, pois aos lá de cima Que Aristóteles se ressente, Quando na data presente Se fazem textos sem rima. Em seu tempo se fazia Trabalho todo rimado De mestres superdotados Em ciência ou filosofia. Então, à ótica da ética O delegado não falha. Sua verve é que detalha A intenção não poética. Quantos juízes já fazem As suas sentenças rimadas, Todas bem argumentadas, Belas em teor e linguagem. Inda que sem ritmo ou métrica, Peço aos órgãos judiciários Não censurar os emissários Que tenham verve poética. Recife, 03/agosto/2011 Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 03/08/2011
Alterado em 04/08/2011 |