VOANDO SOBRE AS BORBOLETAS
BRAÇOS TATUADOS, BORBOLETAS EM PASSEIO, ANTEBRAÇOS, PERNAS, LÂNDRIAS, SEIOS... CORPO TODO DESLUSTRADO. - POR QUE TE PINTAS DE BORBOLETAS? ACASO VIRASTE FLOR?!... - Certamente, porque somos iguais: nós, as flores e elas, brancas, encardidas, amarelas... Todos, viventes terminais. - ORA! SE SOMOS ÀS BORBOLETAS IGUAIS, QUEM SÃO SEUS PAIS? PELO QUE SEI, SOMENTE PASSEIAM EM NOSSOS JARDINS COMO PÁSSAROS ESVOAÇANTES... - Mas, qual foi o seu antes?
- TAMBÉM, PELO QUE SEI,
FRUTO DE UM VENTRE ENCASULADO... FOI ESSE O SEU PASSADO, DECERTO!... - NO CASULO, UM VENTRE, NO VENTRE, UMA LAGARTA PENITENTE, EM CRISÁLIDE ALOJADA, QUAL UMA PRISÃO POR ELA MESMA EDIFICADA. AÍ PERMANECE ESCONDIDA... ESCONDIDA DA MORTE. ALIMENTA-SE DE TREVAS E SOLIDÃO, NESSE VACILANTE ESTADO INTERMEDIÁRIO, ATÉ A INOPINADA METAMORFOSE. LAGARTAS ENCASULADAS, ANTES VEGETARIANAS RASTEJANTES, ANTES LARVAS DESPREZADAS, DESTRUÍDAS, INACREDITADAS... HOJE SALVAS. LAGARTAS PROVINDAS DE LARVAS. LARVAS PROVINDAS, NÃO DE OUTRO CASULO, MAS DE OUTRA CRISÁLIDE, DE ANTES DOS ANTES . . . - Volição divina. Insetos, sejam restejantes ou voadores, são nossos refletores da evolução ou da perfeição da vida. - COMERAM PÓ, FOLHAS OU FRUTOS APODRECIDOS. SENTIRAM FOME E SEDE NA CLAUSURA, QUANDO ENCASULADOS, MAS NA VIDA ACREDITARAM ENQUANTO UMA RÉSTIA DE LUZ HAVIA NO FIM DO TÚMULO. - E renasceram, adejando nas florestas ou em nossos quintais, sugando estames e gineceus, sumos reprodutivos de nossas flores, tornando colorida a continuação da vida. - SIM, SIM! E TEM MAIS: A PERGUNTA QUE ME FAZ UMA CRIATURINHA INOCENTE É PERTINENTE: - “... E AS BORBOLETAS FICAM ÓRFÃS?” - CALO-ME COM O MEU “SIM / NÃO” IGNORANTE. POR FAVOR, VOA EM TORNO DELA, COM ESSE TEU IRIANTE VISUAL FURTA-COR, E RESPONDE-LHE À QUESTÃO O QUANTO ANTES. É QUE EU NADA SABEREI DIZER, ENQUANTO AINDA SEJA UM VIVENTE IGUAL AOS QUE RASTEJAM. Fernando Freire ____________________________________________ Nota: Poema inspirado no acróstico "O Bailado das Borboletas", da Poetisa Fernanda Xerez, publicado em 02.10.2011 _____________________________________________ 5/10/2011 13:15 - Fernanda Xerez
F.icou uma obra primorosa
E.o poeta merece uma rosa R.eitero a minha amizade N.este dia, nesta tarde A.s borboletas vão bailar N.a alma do poeta pousar D.elicadas e esvoaçantes O.seu bailado é fascinante *¨*¨* Ficou lindo teu poema, Fernando. Agradeço pela parte que me toca e aplaudo você, efusivamente. *¨*¨* A Paz do Senhor!! Felicidades, beijos e abraços __________________________________________________________________ Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 04/10/2011
Alterado em 13/11/2011 |