TU ÉS PEDRA . . .
Pedras são esculturas do tempo. Fora do caminho das águas, denotam infinitude. Se atiradas nos rios, rolam e se ralam, seguem leitos em declive, desgastam-se ao longo da caminhada . . . Por algum instante, se tornam roliças, bonitas, elegantes, desejadas . . . Transmudam-se em esferas, bastam algumas primaveras. Seus volumes, no entanto, devido às inevitáveis perdas, vão ficando cada vez menores, até que se tornam pedregulhos no caminho de outras pedras. Inexorável revelação da finitude . . . Menores ou maiores, descendes de rochas hidrógenas, durázias preciosidades que os caudalosos rios da vida carregam num mesmo sentido . . . A ti resta, talvez, só a vaidade de tua robustez, outrora multifacetada, continuamente lapidada pela rigidez do tempo e pelas águas (que também passam), vigorosas, límpidas . . . Doce essência da vida. . . . Em sua superfície, ilusória e mansa, a imagem de inquebrantável juventude. Mas, tu és pedra . . . ___________________________________ Nota:: Comentário subscrito à crônica O ANO NOVO DA PEDRA, publicada em 26/12/2013, neste RL, por Damião Ramos Cavalcanti - presid da Acad Paraib de Letras._ Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 26/12/2013
Alterado em 12/02/2014 |