Fernando A Freire

Amar a dois sobre todas as coisas

Textos

FHC: QUEM FOI SERÁ
 
Trata-se de comentário feito sobre o texto "PROJETOS SOCIAIS CRIADOS NO GOVERNO FHC", de Mariáh  Oliveira, publicado no site "Recanto das Letras".  Texto de caráter puramente eleitoreiro e que merece a avaliação de um leigo que vivenciou os bons tempos a que ela se refere.
 
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Aposentadoria para os ruralistas? Desculpe, Mariáh, mas esse benefício foi criado no governo militar. Vale-gás, vale-escola e a grande parte do que você menciona, foi uma ideia que deu certo no RJ, implantada no governo Garotinho (embora com fins eleitoreiros) mas que deu certo, sim.

O Plano Real, que você só menciona superficialmente, foi uma engenhosidade do Rúbem Ricúpero, juntando os cacos dos planos anteriores que haviam abortado. FHC (que, ingratamente, nunca citou Ricúpero) dele se apropriou como um escudo para não conceder reajustes salariais. Ao "não" ouvido pelos que reivindicavam, seguia-se uma sempre convincente desculpa: "...a fim de não prejudicar o Plano Real". Isso ocorreu durante toda a vigência do Plano em seu governo, principalmente no período 1999/2002, com Armínio Fraga na equipe econômica.

Todos os assalariados ficaram mais pobres, em módicas prestações anuais. Um exemplo é o salário-mínimo, que ele deixou em torno de 85 dólares. Os reajustes que foram concedidos no pós 2002, o elevaram para 310 dólares. Isso é incontestável, Mariáh.

Por favor, veja os índices da miséria em nosso país, enormemente crescente até 2002. Compare-os com o nosso hoje! Temos até universidades em nossas cidades interioranas onde essa miséria se espalhava.

Meus últimos onze anos de banco passei visitando agências em todo o país, nos recantos mais difíceis. Vi tudo isso de perto. Não me conformo com essa auréola que você está pondo sobre a cabeça de quem menos se preocupou com os oprimidos. Pernambuco que o diga: durante o governo socialista de Arraes (avô do Eduardo Campos), FHC negou pão e água. Arraes foi derrotado como tendo sido o pior governo de PE (exatamente o que FHC planejara).  Sofreram todos os pernambucanos.  À época, só os banqueiros conseguiam sorrir, exceto os que ainda tentavam salvar o agora extinto Bandepe e o falido Banorte.

Agora, as mesmas forças que derrubaram Arraes se juntam em torno da viúva do Eduardo Campos, não para pedir perdão, mas para fazer voltar ao poder o mais poderoso algoz, não só da família Arraes, mas de todos os nordestinos. Lamento, Mariáh!  Só lamento!... 
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NOTA:
Depois de ler a Folha de São Paulo, de 18/10/2014, já que toquei no tema "Bolsa-Família", considero de suma importância transcrever um trecho do artigo "A bolsa e a vida", de Demétrio Magnole, do caderno "Eleições 2014" daquele jornal: /////Conceitualmente,o Bolsa Família não nasceu com Lula, nem com FHC, mas no laboratório político do Banco Mundial. O objetivo abrangente de redução da pobreza, proclamado em 1991 por Lewis Preston, presidente do banco, seria alcançado por meio de políticas focadas de transferência de renda. Era uma resposta estratégica ao pensamento de esquerda, concentrado em reformas sociais, e um programa de ação para o ciclo aberto pela queda do Muro de Berlim. FHC a adotou SEM O ENTUSIASMO DOS CONSERVADORES, ENCARANDO-A COMO UM EMPLASTRO CIVILIZATÓRIO QUE NÃO SUBSTITUIRIA INICIATIVAS FORTES DO ESTADO NAS ESFERAS DA EDUCAÇÃO E DA SAÚDE. LULA NÃO SÓ A ABRAÇOU COMO SERVIU-SE DELA PARA ANCORAR ELEITORALMENTE SEU SISTEMA DE PODER...///// 
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Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 17/10/2014
Alterado em 19/10/2014


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