DEBATE DA OPERAÇÃO LAVA-JATO NA GLOBONEWS

 

Ontem à noite (23/11/2014) assisti a um debate jornalístico na GloboNews.  Assunto do momento: consequências político-econômicas da operação lava-jato.  O jornalista questiona, pela ordem, três entrevistados.  Muito se falou sobre a astúcia dos corruptos.  Nenhuma fala acerca dos corruptores.
 
O terceiro dos entrevistados representa um partido político que obteve grande margem de votos na última eleição presidencial.  Ao se comentar as doações das empreiteiras para o financiamento de campanhas, ele se saíu com esta:

"Ofereceram boa soma em dinheiro para o nosso partido - e nós recusamos.  Depois, verificamos que a importância ofertada fora depositada em nossa conta, à revelia.  Deu-nos grande trabalho efetuar a operação de estorno".

Fosse eu o entrevistador, teria feito as seguintes interrogações:

a) como e  por que forneceram o nome do banco e o número da conta corrente do partido ao "estranho" depositante?

b) o depósito ocorreu antes ou depois do anúncio da delação premiada?

c) o estorno - que levou algum tempo para acontecer - se efetivou antes ou depois do anúncio da delação premiada?

d) não está, Vossa Senhoria, tentando, em tempo hábil, justificar o injustificável?

Pena!  Não sou jornalista, tampouco entrevistador.