Fernando A Freire

Amar a dois sobre todas as coisas

Textos

Breve análise do texto "HOMENAGEM AO DIA DO TRABALHADOR (AOS TRABALHADORES DO BRASIL), de Fábio Brandão.


Um trabalhado, extenso e muito bom acróstico valorizando o ser humano - de A a Z.  O ser trabalhador aqui exaltado, mas, nalgumas situações de sua sobrevivência, tantas vezes espoliado - de A a Z.

Lembro o primeiro de maio de 1943. Getúlio Vargas homologa a Consolidação das Leis Trabalhistas. Lamentavelmente, duas classes (!) não tinham leis a consolidar. As duas, resquícios da escravidão: o lavrador e a empregada doméstica.  Estes permaneceram inocentes, como se escravos ainda fossem, nos alpendres e fogões das casas grandes.  Ainda, há pouco, costumávamos trazer do interior uma menininha para servir de doméstica (sem folgas, sem férias, sem contrato, sem salário) em nossas casas - manhã, tarde, noite, madrugadas...  Uma forma de, também inocentemente, fomentarmos a sub-escravidão, tal como o fez a CLT até nossos dias.

Eu já ia dar graças a Deus, mas...  Ufa!...  Faz pouco mais de dois anos, uma Lei que eleva as domésticas à condição de beneficiárias dos direitos do trabalho enfim foi elaborada, mas ainda não foi aprovada no seu todo. Ou seja: o Primeiro de Maio é uma data ainda a vencer, se olharmos para as conquistas da classe trabalhadora como um todo. Consola-nos apenas esse tímido primeiro passo, visando a verdadeira Abolição da Escravatura em nosso País (um passo com 126 anos de atraso).

Digo melhor:

Consola-nos o reconhecimento (como trabalhadoras) daquelas criaturas que realmente mais trabalharam (como servas) durante os setenta anos que nos distanciaram da mussolínica, parcial e injusta Consolidação das Leis do Trabalho.

Precisamos, como brasileiros,  refletir, analisar a nossa história, despojarmo-nos do nosso egocentrismo, do nosso preconceito... e dizer em uníssono um sincero e estrondoso "mea culpa".
Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 01/05/2015
Alterado em 02/05/2015


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