SORRISOS E AIS TÊM ENDEREÇO
E, no pátio do condomínio, uma mãe, quase atleta, embora tonta de tanto girar, grita desesperada pro seu menino, que, sem parar, circula de bicicleta: "Pare, porque é hora de ir à escola!... E VOU CONTAR ATÉ TRÊS, - garoto cabeçudo -, se não parar, juro que vou lhe derrubar com bicicleta e tudo!...". O filho para, enfim, mais adiante e, olhando a atleta da cabeça aos pés, lhe pergunta, decepcionado: "Mamãe, VOCÊ AINDA NÃO APRENDEU A CONTAR ATÉ DEZ ?!... ". Aí, a mãe, antes raivosa, afasta a ira e a cara de choro, esboçando um sorriso bem puro, de forma maternal e carinhosa, ciente de que perdera a corrida para o seu gênio futuro. O anjinho de sua vida, pedaço de gente, "quietinho", inteligente... E o filho esboça, em forma de troça, com um sorrisozinho "faz de conta", seu contentamento e sua crença de ter ganhado a tal corrida para uma mãe atleta, mas analfabeta e tonta. . . . . . . Aprenda a lição: desde o começo, queira ou não, conforme a certeza ou ingenuidade da interpretação de um caso como esse, lágrimas e sorrisos têm endereço, ou interesses. ___________________________________
Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 03/02/2017
Alterado em 15/02/2017 |