O BRASIL BOIANDO NUM MAR MORTO
___________________________________ Para o texto: Poemetos de domingo (T6436967) De: Fábio Mozart ___________________________________ Teu poema, Fábio Mozart, eu diria: um pisca-pisca inteligente em cada verso, quais aparatos de uma usina de sabedoria. Até tive vontade de fazer uma poesia, mas descobri, agora, que o maior problema é achar a chave, na hora, entre essas sete chaves que resguardam os teus poemas. Ah, sabe que já sei!.... Acho que achei!... Foi só abrir caminhos em teu mar semântico... Vejo mulheres que se banhavam nuas em suas praias, correndo nas ruas, em pânico. Veem que somente machos acompanham em refegas o recém-chegado Bolsatânico, aquele que salta do Pacífico, de Pinochet, para o Atlântico do poder: "direita, volver"! Negro será poibido de se banhar nesse mar. Se trará pra cá um pedacinho do Mar Negro: coerência, coincidência de cor, penitência. Isso, de Mar Negro, se é verdade, dignifico. Atrocidade com autoridade é mutilar-idade. Uma forma racista de se promover a paz: "Negros nunca mais!" - "Chô, satanás!"... Enfim, o fim da escravidão: enorme clarão. Chi!... Também vai querer trocar o rio Amazonas pela zona ensanguentada do Mar Vermelho. Mais um claro absurdonaro destrambelho. E, o que é pior, com o seu raciocínio torto, vai açucarar todos os torrões do nosso país com o sal do lamaçal insosso do Mar Morto. Eh!... Mar manso é o Mar Morto. Mar Negro é o Mar Morto. Mar Vermelho é um Mar Morto. Bandido bom é bandido no mar, morto. Índio bom é índio morto. Negro bom é negro morto... Quanto à mulher, ah, ele nem se importa!.., Ou não a suporta: não lhe abre a porta; é folha morta; é coisa morta; é erva daninha em sua horta... Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 02/09/2018
Alterado em 05/09/2018 |