SIM, MAS VOCÊ SABIA QUE EU ERA UMA COBRA ! . . .
É um miniconto antigo, mas parece ter sido feito para o momento político atual. Tentarei resumi-lo pra nossa reflexão. Um viandante se depara com uma cobra estendida em seu caminho. Havia sido esfaqueada. Parecia morta. Mas percebeu que a pobrezinha ainda arquejava. Decidiu aliviar o sofrimento daquela peçonhenta surucucu. Recuperaria o brilho das cores de sua pele, ensanguentada. Em casa, na sala, acomoda-a confortavelmente numa caixa cúbica de meio metro de lado - seu leito hospitalar. Alimenta-a e cuida dos indispensáveis curativos. No décimo dia, retorce-se de alegria ao ver sua mimosa paciente inteiramente recuperada. Aí, pensando na recompensa espiritual que receberia por sua atitude filantrópica - ou melhor: "filantofídica" - estende a mão em direção à cabecinha de sua reanimada paciente, com a ingênua intenção de acariciá-la. A cobra, então, julgando estar sendo atacada, reage com extrema violência: dá uma picada fulminante na mão do seu cuidador. Sem o soro antiofídico ou quaisquer medicamentos de primeiros socorros, o pobre homem, já nas últimas, queixa-se: - "Mas cobrinha, quanta ingratidão ! .... Eu salvei a sua vida, com medicamento e alimento (...) e você faz essa desgraça comigo !... Como você é mal-agradecida !"... - "Sim, eu entendo, mas você sabia que eu era uma cobra, não ! ?" ... . . . MORAL DA HISTÓRIA: Não deixe entrar em sua sala qualquer indivíduo que só exale veneno em sua fala. Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 21/09/2018
Alterado em 05/10/2018 |