Fernando A Freire

Amar a dois sobre todas as coisas

Textos

 
BOLSO-NERO  NA  AMAZÔNIA
(Reprodução do texto 6726227)


 

Qualquer semelhança NÃO é mera coincidência mesmo!

De 18 para 19 de julho do ano 64 depois de Cristo, aconteceu, em Roma, o grande incêndio da história universal.  Levou de 05 a 07 dias para ser debelado.
Se na Amazônia, talvez, cinco a sete décadas.
As versões a respeito da causa desse incêndio têm variado ao longo dos séculos, mas em qualquer uma delas Nero figura no meio das chamas como o grande culpado. 
No Brasil, os culpados culpam as ONGs,
enquanto os inculpados permanecem encarcerados
.

Na visão dos cristãos, o Imperador (Nero) era um doente mental vingativo. 
BolsoNERO tem as mesmas duas fraquezas.
Nero achava que os cristãos, fanatizados e com pregações imbuídas de conceitos apocalípticos, iam destruir Roma. 
Quem sabe, fosse hoje, esses cristãos impertinentes não seriam os "petralhas"!?...
Crescia o número de adeptos do cristianismo, até mesmo em seu palácio.  Nero menosprezava as crenças cristãs, tidas por ele como "superstições maléficas". Construiu um grande circo onde os cristãos, mesmo que fossem seus súditos, eram atirados aos leões famintos.
Pedro, um dos líderes do cristianismo, - fazia mais de um ano que estava preso  -, foi enforcado alguns dias antes do grande incêndio, em 30/06/64 (data repassada pela tradição). 
Seus seguidores eram conhecidos como "pedristas".
Era importante, para o Império, livrar-se da "chaga" do cristianismo, ou do pedrismo.
Para dar um exemplo maior do ódio de Nero e de seus súditos (que eram punidos e retirados do palácio se pensassem diferente) e, ainda, para manifestar o seu autoritarismo (aqui, quem manda sou eu!), no ano 59 mandou sacrificar a própria mãe (Júlia Agripina Minor, que, a partir do ano 58, passara a ser chamada de Júlia Augusta Agripina).  Por seus procedimenos, a mãe bem que merecia a sua cria.
Nero tinha ponto de vista unilateral.  Achava que estava tudo errado em Roma.  Aí, resolveu fazer uma grande reforma, a princípio urbana.  Demoliu bairros inteiros a fim de erguer grandes construções modernas. 
Fico imaginando o fim apocalíptico de tudo, se, àquela época, tivessem de ser feitas as reformas: trabalhista, previdenciária, educacional... E, se lá tivessem índios, de que forma os vassalos do império ocupariam as terras indígenas para desmatá-las com o fito único de plantar soja, hein ! ?...
Nero queria aumentar o complexo palaciano, o que exigiria uma enormidade de demolições, mas o Senado Romano indeferiu o seu pedido. 
Tinha que se vingar do Senado de alguma forma, pois os senadores não pensavam igual a ele. Tinha que se vingar também dos cristãos.
Sobravam razões para deflagrar sua vingança, contra tudo e contra todos.

Provocou o incêndio, que atingiu dez das quatorze zonas urbanas da antiga Roma.
Subiu ao teto do palácio e, como se nada acontecesse, começou a tocar a sua lira.  Quem sabe, uma elegia à sua grande obra!...
Conforme se lê no romance polonês "Quo Vadis", de Henryk Sienkiewcz, Nero, admirando o belo-horrível das chamas, se inspirara poeticamente em Homero, que, declamando, descreveu o incêndio de Troia.
Homero estava para Nero, assim como Trump ainda está para BolsoNERO.
E o Brasil em chamas...

 
Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 23/08/2019
Alterado em 25/08/2019


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