INVESTIR EM EDUCAÇÃO, PRA QUÊ ?!...
Tenho medo dos fanáticos: "Eles não sabem o que fazem"; foram deseducados; retiraram-lhes o poder de pensar e a liberdade de agir conscientemente... Personalidades sugadas ou anuladas, de forma estratégica e progressivamente, por tipos muito bem treinados, em grande parte usuários das mídias sociais, a quem a psicologia chama de influenciadores. Transformaram-no-los em verdadeiros drones teleguiados e carregados de explosivos com destino programado, ou em seres indigentes trajados de gente. A princípio, meros viciados digitais, depois seviciados ou torturados mentais. Conforme a sua fragilidade, após testarem os dois hemisférios de seus cérebros, deixam-no-los despersonalizados por inteiro. Embutem-lhe a personalidade de um - às vezes invisível - dominador, que pode ser um guru, um mito ou um sórdido malfeitor. Por conta dessa fragilidade, ou insensível falsa lealdade, permanecem envolvidos numa teia de aranha da qual não sairão antes de praticar algum ou alguns delitos a mando de um resguardado "chefe". Um ser que existe, porém nem sempre (ou nunca) se pode ver. Tudo se assemelha ao triste despenhadeiro do vício: começa com um desinteressado convite, seguido de um desprendido "Experimenta só mais essa vezinha!"; mais adiante, a obrigação de convidar e conquistar seus pares para esse mesmo caminho obscuro ou, "alegremente", difundir entre eles o ódio - sujeito oculto nas inúmeras "Fake News" postadas nas redes sociais. Seguem-se nesse resvaladouro: as sanções, as imposições, as ameaças... "Se delatar, morre!"... Prática comum nas torcidas futebolísticas, nas milícias e nas quadrilhas de banditismo; nos bandos do vandalismo e nas facções ideológicas extremistas; nas campanhas eleitorais descaracterizadas por seres corruptos e egocentristas, desumanos, despreparados, antidemocráticos e antissociais ("fanatizadores e eleitores fanatizados"); prática que também tem trânsito livre (e de grande eficácia) entre seitas religiosas alienadoras, pregadoras de heresias. Enfim, vai despencando no mesmo resvaladouro tudo aquilo que o bom senso não aceita - e expele, evacua e rejeita. As seitas religiosas, destacadas pelo radicalismo e por fanatizar todos os seus adeptos, compartilham com as facções ideológicas que miram apocalipticamente o desastre, assim como com as orientações incorretas, ou desinformações, nas esporádicas campanhas eleitoreiras. Verdadeiras fabriquetas de fanáticos.
No auge do fanatismo, o servo (o fanático) chega ao cúmulo de bendizer e beijar o chicote com o qual será açoitado. É que ele já não existe pra si mesmo, mas para o seu opressor: o "amigo", o influenciador, o mito, o "chefe", o capataz, o algoz, o autocrata, o déspota, o dominador, o torturador ou todo poderoso senhor. "Flhos das trevas são mais astutos que os filhos da luz". Aí, o astucioso crime organizado descobre que preparar fanáticos, embotar mentes, fazer lavagem cerebral, é tão simples como apertar gatilhos. E a destreza do apertar gatihos é tão simples quanto descascar batatas. O esforço é zero e quase nada custa. É como um "enter" via redes sociais: só um toque e todo um arquivo poderá estar sendo apagado. Quando um governo autoritarista, para parecer governo, depende de um exército de fanáticos para se manter no poder, para denegrir e destruir os métodos educacionais vigentes, todos treinados e autorizados a bater e abater em e a quem desobedecer, não vê razão nenhuma para investir numa educação inclusiva, democrática e que considere e valorize o mestre e o aluno em todos os seus aspectos e especificidades. Mas o que se vê no autoritarismo é a transformação de livros didáticos em papel higiênico. Todos se calam e o governo autoritarista se limpa. O que se vê é a ideia de se difundir uma cartilha, com um só pensamento, para os diversos níveis educacionais nas diversificadas regiões do país. E muitos dão de ombros, porque nada têm a ver com isso. O que se vê é a retirada (do currículo escolar),de disciplinas que explicitavam o nazismo, a escravidão e os horrores do período de nossa história em que prevaleceu o domínio militar. E muitos lavam as mãos, com medo do coronavírus. O que se vê é uma leva de grandes pensadores da educação de qualidade isolados, relegados ao ostracismo. E a maioria não quer nem saber do bem que esses educadores fizeram e fazem à humanidade... E o que se viu, hoje (15/03/2020) foi, numa manifestação política, um desfile puxado por motos de altas cilindradas - esnobe exibição de poder - e faixas e faixas pedindo a ditadura e o AI-5 de volta. Além disso, todos na manifestação renegando e desdenhando da pandemia do coronavírus que nos cerca. O povo menos informado, cabeça plana, a partir daí, claro, vai acreditar que o coronavírus (a que esses fanáticos chamaram de comunavírus) é uma farsa. O que dizer diante disto, se esses mesmos fanáticos ainda pregam, com intenção de mais fanatizar, que a Terra é plana e que o escravismo foi benéfico para os descendentes da escravidão no Brasil?!... "O racismo ainda é impeditivo do avanço qualitativo e democrático de todas as pessoas" (pedi de empréstimo essa citação de Ednéia Gonçalves - socióloga). Para os maus governantes, investir na educação é suicídio, é como atirar no alvo do seu próprio "governo". Por isso, tenho medo dos fanáticos, principalmente porque os capatazes e seus jagunços, no meio rural (isso já está decretado) reassumem servilmente o poder de vida e morte sobre suas vítimas: ora inocentes, ora marcadas a ferro pelo donos da terra (por serem pretas, por serem pobres, por serem indígenas), ora porque não pensam e agem igual ao seu mito, ou seu guru... Tenho medo porque os desalmados fanáticos, tais quais seus jagunços, também estarão legalmente armados. Nunca tive medo de viver neste país. Viver agora (em pleno e incontestável retrocesso à operação "caça às bruxas", imposta pelo Macarthismo por toda a América Latina, nas décadas passadas de 1950/60), sinceramente, me assusta. Pior: assustar também é uma estratégia utilizada para fanatizar, principalmente os indiferentes. Vale tudo, num país de escravos e escravocratas. Essa covardia já começou e o mundo igualmente se assustou com um dos primeiros exemplos impunes: 80 tiros de uma só rajada para derrubar um só negro. Uma tragédia que ficou impune. Para que nenhuma bala seja perdida, nossas universidades estão sendo transformadas em escolinhas de tiro ao alvo. Em nossos CAMPI Universitários serão plantadas SOJA ou, se for em época eleitoral, LARANJAS. Azedas laranjas. As doces já apodrecem no pé. O cheiro gostoso de livros nas escolas e universidades vai mudando de aroma. Tudo há de cheirar a peidorrentos laranjais. Eis o odor esperado - ou a dor esperada! O Brasil voltou ao primarismo extrativista. Eis o programado! Pouquíssimas coisas ainda são aqui processadas. Nenhuma fábrica de veículos é brasileira, todas são estrangeiras, que não deixam de auferir grandes lucros em nosso mercado. Fabricávamos aviões e até exportávamos para o mundo inteiro. A EMBRAER já não é nossa. Que é dos empregos que ela mantinha em São José dos Campos? Sua fábrica maior gera empregos, agora, em Melbourne - nos Estados Unidos. A ELETROBRAS e a PETROBRAS muito breve perderão o "BRAS". O país retornou à condição de mero exportador secular de madeira, carne, minérios e grãos (gerando emprego lá fora e permanente e crescente desemprego em seu território). Eis a compensação! Para os que não lutam contra esse entreguismo, para os indiferentes, para os 35 milhões de fanatizados, twitteiros do mito dominador, muitos milhões de espelhinhos importados. Ora, meu irmão, da forma como o país está, além do mais com um ministro da educação de cabeça plana, fanático e analfabeto, propositalmente nomeado para essa função, como e para que nos vai servir investir em educação???... Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 15/03/2020
Alterado em 21/03/2020 |