APOCALÍPTICAS ERVAS DANINHAS
___________________________________________ Para o texto: DESACREDITANDO (T6887326) De: arnor milton ___________________________________________ Sinto algo divinal na semente que germina, na planta em que brotam as flores; nas raízes que se esparramam no subsolo e na água que elas sugam; na seiva que escorre do tronco às ramas e palmas dessas plantas naturais, tocáveis e vistas a olho nu, ou imaginárias, nas florestas e matas virgens. Sinto algo divinal no equilíbrio vertical do todo vegetal que desafia a força de gravidade; nos frutos que se colhem para o alimento de outros seres e nas sombras que acolhem. Sinto algo divinal na gravidez das fêmeas, de todas as fêmeas do Universo, confirmando - à semelhança das plantas - que começo, meio e fim estrumam sempre um recomeço. Sinto algo divinal nas mãos dos que semeiam, na mente dos que pesquisam, na força de vontade dos que lutam em favor da vida (não o sinto nos que provocam a infertilidade ou dizimam quaisquer seres viventes). Em tudo o que é bom, justo, do bem e da verdade, com certeza, esse algo divinal está universalmente presente. Desconheço o Seu semblante, Sua estatura, Sua compleição, Sua robustez, Sua cor, mas me asseguro de Sua bondade, de Sua grandeza de Sua presença em tudo o que é admiravelmente belo na Natureza. Inventado há séculos por meus antepassados mais distantes, posso chamar até de Deus a esse algo divinal que, por ser uno, a nada se assemelha, senão a Si próprio. Posso chamar até de Deus a esse algo divinal que não nos impõe dogmas, religiões ou escrituras para entendê-Lo, tampouco dá castigos ou é vingativo. Posso chamar até de Deus a esse algo divinal que nos manda o vento (e não os tornados ou vendavais); que nos cerca de mares, rios e lagos (e não provoca as enchentes, maremotos ou tsunamis)... Esse algo divinal que não é pai nem é rei (hierarquia inventada pelos humanos), representa o amor e dissemina o bem em todos os recantos, sentidos e direções do mundo em que fomos semeados. Todo o resto (do qual Ele jamais fará parte) podemos chamar de canteiro das apocalípticas ervas daninhas. Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 17/03/2020
Alterado em 18/03/2020 |