Fernando A Freire

Amar a dois sobre todas as coisas

Textos

A MANADA DE BOLSONARO E SEUS PRUDÊNCIOS


Começo com duas citações extraídas do livro: "Memórias Póstumas de Brás Cubas" - de Machado de Assis:

I  -  ...Prudêncio, um moleque da casa, era o meu cavalo de todos os dias;  punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freios, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava-lhe mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia - algumas vezes gemendo -, mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito um - ai, nhonhô -, ao que eu retorquia: - "Cala a boca, besta!".

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O tempo corre. Prudêncio cresce e seus músculos enrijessem.
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II  -  ...Era um preto que vergalhava outro na praça. O outro não se atrevia a fugir; gemia somente estas únicas palavras: “- Não, perdão meu senhor; meu senhor, perdão!" Mas o primeiro não fazia caso, e, a cada súplica, respondia com uma vergalhada nova. (...)
“- Cala a boca, besta!”, replicava o vergalho (...).
Quem havia de ser o do vergalho?
Nada menos que o meu moleque Prudêncio, – o que meu pai libertara alguns anos antes. (...).
Era um modo que o Prudêncio tinha de se desfazer das pancadas recebidas, – transmitindo-as a outro.
Eu, em criança, montava-o, punha-lhe freio na boca, e desancava-o sem compaixão; ele gemia e sofria. (...). Agora, porém, que era livre, (...) comprou um escravo, e ia-lhe pagando, com alto juro, as quantias que de mim recebera. Vejam as sutilezas do maroto!

(À época, não havia outra explicação para o "fanatismo").
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Veja as sutilezas dos marotos da família Bolsonaro e seus seguidores fanatizados:
Preparar, via ZAP e fake news, uma ku-klux-klan digital no país, cópia fiel - em subserviência e maldades - da  organização terrorista norte-americana cujas raízes e diretrizes (154 anos de existência) se fundamentam na antidemocracia; no antissocial; na destruição de tradições que não lhes interessam; no extermínio dos que nada têm; no ódio aos que não pensam conforme sua cartilha; na mentira repetida até burilá-la de verdade e, essencialmente, no preconceito racial.
Tem mais:  os adeptos da secular ku-klux-klan norte-americana preparam o cérebro de seus filhos, com mensagens tenebrosas, desde o berço, tal como se fosse uma religião.
Reflitamos:
Uma organização, deveras assassina, brota agora neste pacato país que tanto amamos...
Apelar para Deus?!...  Há um século e meio, Deus ainda não foi capaz de livrar o povo norte-americano desse desgraça - um coronavírus que se alastra, de pai para filho, de fascistas para "inimigos" até a eternidade.
Nem sempre é possível pronunciarmos - indiferentes - a expressão: "Tudo passa!"...
A maldade vai e volta, como o nazismo a nos assustar.
Quem se salvar, verá ! . . .

 
Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 19/05/2020
Alterado em 20/05/2020


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