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VACINAS RACHADINHAS
Decorridos vinte e um dias do ano 2021, ou seja: onze meses e dez dias depois de a Organização Mundial da Saúde - O.M.S. - alertar TODOS os países do mundo para adotarem medidas adequadas de segurança (não farmacológicas) a fim de conter o espalhamento do novo coronavírus, o Ministério da Saúde decide apagar na Internet o "site" que, à revelia, recomendava o uso da hidroxicloroquina como preventivo dos males do Covid-19. Pura enganação. O Exército fabricou e o SUS pagou muitos milhões de reais por um produto inapropriado para o combate ao coronavírus. Pior: nunca se explicou o por quê de sua indicação para mulheres grávidas e crianças atendidas pelos postos de saúde (!?)... Aí, no dia seguinte à retirada do maléfico "site" (22/01/2021), às 17H30, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, aconteceu uma coletiva governamental para a recepção dos dois milhões de vacinas importadas da Índia e produzidas no Instituto Serum, diga-se de passagem, com insumos originados da China. E haja oportunismo político para esse primeiro passo!... E haja propaganda na TV e nas redes sociais, destacando os esforços governamentais de um governo comprovadamente apático, desmascarado e negacionista. Somente depois dos onze meses e dias do alerta da O.M.S., isto é: depois que mais de 210 mil brasileiros morreram vítimados pela pandemia é que a autoridade máxima do país decide chamar a atenção da população para PÔR A MÁSCARA e, o que ele de há muito vinha fazendo: LAVAR AS MÃOS (governamentalmente, o "Lavabo manibus meam" - de Pilatos). Cretinice ou demagogia?... Quanto ao oportunismo político, alguns prefeitos e até secretários de governo (ver caso do Amapá), que antes propagavam os "malefícios" da vacina, foram os primeiros a estirar o braço para recebê-la e imunizar-se, furando a fila pré-estabelecida pelas autoridades sanitárias. Parte do que vinha para os mais necessitados já ficou nos braços dos que pousam, desonestamente, como facilitadores das ampolas preventivas de um mal que tanto aflige a humanidade. Como se isso não bastasse: - O governo federal inclui na lista de prioritários a categoria dos caminhoneiros; exatamente a categoria que fez a campanha do atual governo nas estradas do país; a mesma categoria que há pouco divulgava as "fake news" que renegam o uso da vacina. Com essa decisão demagógica - "Mateus, primeiro os meus" -, consegue deixar para trás a esticada fila de profissioais da saúde, dos idosos, dos indígenas... Para o governo que assim procede, o que mais importa é garantir sua reeleição salvando, antes de tudo e de todos, a vida dos seus cabos eleitorais motorizados e quilometricamente fanatizados. - Os magistrados do STF e do STJ também tentaram incluir os servidores da Justiça na categoria dos prioritários, mas viram a imparcialidade e logo recuaram. E olha que até o momento, somadas as vacinas da China e da Índia que aportaram em nosso país (infimos 8 milhões de doses), somente poderá ser vacinada 1,9% da população brasileira. Faltam 98,1% de brasileiros ainda viventes. Faltam vacinas. Faltam insumos para fabricá-las em tempo e em quantidade suficiente. As autoridades negacionistas e incompetentes se autopriorizam para imunizar-se. Furam filas, dão demagógicos furos de reportagem mostrando seus braços perfurados e deixam só o resto das ainda minguadas vacinas para os que esperam a morte disciplinadamente nas filas. Como sói ocorrer, as rachadinhas são o foco e imperam sob qualquer governo desastrado, insano, desalmado e desumano. Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 24/01/2021
Alterado em 07/02/2021 Comentários
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