"MINHA MANSÃO, MINHA VIDA".
POR QUE O POVO NÃO TEM NADA A VER COM ISSO?!... Reproduzo e comento o artigo do Estadão publicado hoje. _________________________________________________________ Flávio Bolsonaro pagou R$ 181 mil à vista em imposto e taxas em compra de mansão © Reprodução/ ABR
06/03/21 14:52 ‧ Há 13 Horas por Estadao Conteudo Política IMPOSTOS-TAXAS Ao todo, o imóvel à beira do lago Paranoá adquirido pelo filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro custou R$ 5,97 milhões, mas a maior parte, R$ 3,1 milhões, foi financiada pelo Banco de Brasília (BRB). Flávio se comprometeu a pagar o valor em 30 anos. De acordo com a escritura do imóvel, o empréstimo bancário não inclui impostos e taxas. Só de Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), cuja alíquota no Distrito Federal é hoje de 3% sobre o valor da venda, foram R$ 179,1 mil. Já a escritura do imóvel e o registro totalizaram outros R$ 2.011,95, segundo tabela da associação de cartórios do Distrito Federal. De acordo com o empresário Juscelino Sarkis, sócio da empresa que vendeu o imóvel a Flávio, o senador realizou depósitos que somam R$ 1,09 milhão até o momento, de forma parcelada: R$ 200 mil em 23 de novembro; R$ 300 mil em 10 de dezembro; e R$ 590 mil em 11 de dezembro. As informações constam de nota divulgada pelos advogados de Juscelino. A informação contradiz o que consta na escritura - segundo a qual Flávio já teria pago R$ 2,87 milhões pelo imóvel. Na última segunda-feira, Flávio teve um novo gasto: o senador teve de pagar a primeira prestação do financiamento no Banco de Brasília. As prestações são de R$ 18,7 mil mensais. Como mostrou o Estadão, as parcelas representam o equivalente a 70% dos rendimentos de Flávio, que, como senador, tem salário líquido de R$ 24,9 mil. Questionado sobre o pagamento dos impostos por meio de sua assessoria, o senador não respondeu. Casa fica em área nobre da capital federal A nova casa do filho do presidente da República é no setor de Mansões Dom Bosco (SMDB), no Lago Sul, bairro nobre da capital. Foi vendida em anúncio como "a melhor vista de Brasília da suíte master". O senador, no entanto, registrou o imóvel em um cartório de Brazlândia, cidade da zona rural do Distrito Federal que fica a 50 km do Plano Piloto. A casa tem 1,1 mil m², com quatro suítes amplas, academia, piscina e spa com aquecimento solar. O valor do novo imóvel é mais que o triplo do total de bens declarados pelo senador à Justiça Eleitoral em 2018, de R$1,7 milhão. Naquela ocasião, entre os itens declarados constavam um apartamento residencial na Barra da Tijuca, no Rio (R$ 917 mil), uma sala comercial no mesmo bairro (R$ 150 mil), 50% de participação da empresa Bolsotini Chocolates (uma franquia da Kopenhagen, de R$ 50 mil), um veículo Volvo XC de R$ 66,5 mil e aplicações e investimentos que somavam R$ 558,2 mil. Em um vídeo divulgado na terça-feira, 2, Flávio afirmou que, além do financiamento no BRB, vendeu um outro imóvel no Rio para comprar a casa em Brasília. O negócio, porém, não foi registrado em cartório. Flávio foi denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no suposto esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). No Senado, partidos de oposição pressionam pela abertura de um processo contra Flávio no Conselho de Ética da Casa. As informações são do jornal O Estado. Comentário: Numa democracia, o povo tem pleno direito de acompanhar os passos dos seus representantes, seja no Congresso, seja nas Assembleias Legislativas estaduais ou municipais. Particularmente, como cidadão brasileiro, eu questiono o seguinte: a) um bem imóvel no RJ, sobre o qual havia suspeição da Justiça de que fora adquirido através do esquema das "Rachadinhas", foi agora negociado sem o indispensável registro de propriedade. Vai ficar assim mesmo? b) quem é esse tolo que desembolsou a quantia de R$ 917.000,00 para pagar um imóvel não devidamente regularizado no cartório imobiliário???... Com certeza desconhece a máxima: "Quem não registra não é dono". Ou se trata de um comprador "Laranja"? c) E aí, o investigado repassa o imóvel sob suspeita e o processo morre?!... Fica resolvido o problema?!... Morreu também, com essa negociação fajuta, o mais do que comprovado crime das "Rachadinhas"?!... d) o senador informa pelas redes sociais que sua mansão foi adquirida sem fraudes. E esse repasse do imóvel do RJ, por acaso, não é uma fraude?!... e) o senador acha que o seu mandato vai ser esticado ao longo dos próximos trinta anos - prazo suficiente para liquidar o financiamento da "Sua mansão, sua vida". f) pelo menos, é uma forma de gerar empregos neste país, mesmo que a União se incumba das despesas de pessoal para a manutenção dessa exagerada moradia (despesa mais ou menos equivalente ao dobro da prestação mensal do financiamento). g) na visão de um político voltado para o social, claro que essa mansão, por sua extensa área construída, bem que poderia ser melhor utilizada como uma escola, ou um hospital, ou mesmo para funcionamento do próprio Legislativo. h) lembro da resposta dada à imprensa por um pastor brasileiro, milionário, ao ser questionado "como adquiriu a sua mansão": "Isso aqui foram meus irmãos que me deram". i) Daí, já poder escutar a resposta que o milionário senador também dará: "Isso aqui foi o meu povo que me deu". É por isso que, no seu entender, a Imprensa não presta. Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 07/03/2021
Alterado em 07/03/2021 |