Fernando A Freire

Amar a dois sobre todas as coisas

Textos

É GENOCIDA, SIM!... E DAÍ ?!...


Relaciono alguns genocidas do último século que a história aponta:   


1 - Governo turco (sultão Abdul Hamid II - 1º ministro Mehmet Talaat - ministro da guerra Ismail Enver e ministro da marinha Ahmed Jemal), 1915/1923, quando ocorreu a dissolução do Império Otomano, em seu programa de perseguição às minorias, obrigou 1,5 milhão de armênios mais 750 mil assírios a caminharem, a pé, até a Síria.  Os poucos que conseguiram chegar  morreram de inanição.
Obs.: O governo turco não se considerou culpado.

2 - General indiano Yahya Khan, em 1970, reage à luta pela independência da porção leste do Paquistão (hoje, Bangladesh) e, apoiado pelos EUA, autoriza a matança de cerca de 3,5 milhões de opositores separatistas e seus seguidores.
Obs.: o general não se sentiu culpado, apenas cumpriu ordens.

3 - Pol Pot (do Kmer Vermelho), 1975/1979, planejou e conseguiu reduzir em 20% a população do Camboja, por razões étnicas, militares ou religiosas.  Seu alvo principal:  professores e jornalistas, budistas ou muçulmanos.  Todos ficaram detidos em campos de concentração, sem água e sem alimento até morrerem de fome.
Obs.: Pol Pot não se sentiu culpado porque não pegou em armas, apenas planejou diminuir a superpopulação.

4 - Mao Tsé-Tung, com a implantação da Revolução Cultural na China, 1966/1969 - o plano econômico denominado "O Grande Salto" - sacrificou de 20 a 30 milhões de chineses, a maioria de fome, ao removê-los, com mãos de ferro, do campo para a incipiente indústria de ferro na cidade. Embora substituído por Deng Xiaoping, líder de uma facção moderada,  vangloriava-se de sua truculência e desejo mórbido de diminuir a superpopulação chinesa.
Obs.: Nunca se considerou um genocida, pois que prestara um serviço de grande utilidade para o seu país.

5 - Adolf Hitler, um cabo do exército alemão duas vezes condecorado com a Cruz de Ferro, uma das mais elevadas honrarias militares do país, que nunca alcançou a patente de sargento. Com sua astúcia, porém, alcançou o posto de líder (führer) da Alemanha nazista de 1934 até 1945 e passou a dar ordens aos generais.  A Hitler se deve o Holocausto: massacre de cerca de 6 milhões de almas, entre judeus, ciganos, gays, deficientes físicos, comunistas... Visava a seleção (e diminuição) da espécie humana.
Obs.: Não se sentiu culpado pelo simples fato de nunca haver utilizado armas contra qualquer uma de suas vítimas.  Pelo contrário (como a maioria dos genocidas"cristãos"), disse e escreveu:
"Prestei um serviço a deus".
Quem é esse deus tão adorado pelos genocidas e pelas seitas religiosas que os bajulam?...

Ao pé da letra, nenhum genocida no mundo precisou atirar, queimar ou enforcar suas vítimas.  Digo, com absoluta certeza, que não o fariam, porque todos os genocidas são covardes. Aliás, genocida covarde é um funesto pleonasmo. Seus mandados generais, e demais asseclas fanatizados, é que se ocupam dessa lúdica faina do mata-mata.

No Brasil - de hoje, de ontem ou de amanhã - qualquer semelhança não será mera coincidência.
Quem não viu - ou ainda se faz de cego -, verá.




 
Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 19/03/2021
Alterado em 21/03/2021


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