NOSSO INIMIGO SECRETO
Ele desceu apertado e amarrotado pela chaminé, fantasiado de verde e com um longo gorro amarelo. Em vez de botas, calçava um chinelo: "rachadinho". Não, não era Papai Noel: tinha mau cheiro no fucinho.
No saco, nenhum presente, só algumas propinas e mil balinhas reluzentes - calibres 9mm, 20 e 38 -, que era pra todos atirarem na boca uns dos outros, e depois os reanimarem com vacina de cloroquina.
Para os que brindavam na sala, desejou "Infeliz Festa" e, mau humorado, enraivecido, partiu para o deserto onde outrora, decerto, existiu uma imensa área florestal.
Aí, voou bem alto, assim que dobrou a esquina, para se juntar às outras aves de rapina, mas só depois de incendiar nossa Árvore de Natal. Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 26/12/2021
Alterado em 11/01/2022 |