Fernando A Freire

Amar a dois sobre todas as coisas

Textos

A MIL..., CAMINHONEIROS DÃO MARCHA RÉ NO BRASIL

 

 

Em parte, devemos aos caminhoneiros o governo que temos.  Muitos caminhões, desatrelados de suas carretas, junto às inúmeras motos de altas cilindradas, enfeitavam as manifestações populares em favor do "mito" na campanha eleitoral de 2018. Quem se lembra dessa imagem? Eles, os motoristas caminhoneiros, sabiam e ainda sabem que a inclusão de caminhões nessas manifestações é proibida, mas, como paus mandados, nunca se preocuparam com as multas.  Tinha alguém no andar de cima pagando tudo, inclusive essas pequenas infrações. Era, muitas vezes, o dono do caminhão "conscientizando" o seu motorista de que o capital muda a cor de qualquer sinal: "Pode ultrapassar o sinal vermelho que a gente muda com algumas verdinhas"...  Uma demonstração de poder.

 

Agora é o governo que banca tudo: via fundos eleitorais; via orçamento secreto; via desvio de verbas dos ministérios da educação ou da saúde "sob a proteção divina"...  Digo melhor: é o governo que banca tudo com o nosso suor.  Todo esse derrame de dinheiro nas eleições está sendo feito, não tanto com recursos empresariais, mas com o dinheiro dos impostos que tão sacrificadamente recolhemos. Pelo menos indiretamente, os caminhoneiros (proprietários ou condutores) vão participar desse famigerado e antidemocrático "Orçamento Secreto".

 

Reaparece assim, via governamental, a mais antiga modalidade de angariar votos: "Compro o seu voto e pago na hora!"...  "Se o voto for de caminhoneiro, pago mil reais!...  Só que o corruptor desta vez é o governo candidato, aquele rico "salvador da pátria" que os pobres elegeram em 2018.   Ele compra os votos de que precisa com o nosso dinheiro.  Para comprar esses votos, o governo lá dos andares mais altos do palácio do Planalto - executivo mancomunado com o legislativo - ultrapassa o sinal vermelho quando quer.  Quero dizer:  dribla as restrições impostas pela Lei Eleitoral, que não permite a criação e ampliação de programas sociais em ano de eleições.  Pasmem!...  Vai até mudar alguma cláusula da Constituição.  Vamos raciocinar?!...

 

Depois de três anos de erros, injúrias, perseguições, AZARES, crescimento e invisibilidade da miséria e muito sofrimento, chegam ao povo agora, somente agora - 2022 - esses kits de bondade.  Um governo "três em um": três anos de sofrimento e um de bondade.  Conforme piada por aí espalhada, até no inferno os dias de eleições parecem-se com "Dias Santos".

 

Fosse eu motorista caminhoneiro, com certeza me envergonharia de negociar minha consciência e minha dignidade, ao contribuir para a descida sem freios do nosso país nessa estrada escorregadia, asfaltada de inverdades e esburacada de ignomínias e muita podridão.  Um mil reais (ou muito mais) jamais comprariam minha consciência.

 

Voltou o tempo em que o voto tem valor de mercado:

Mil reais, mil reais...  Alguém dá mais?!...  Quem dá mais?...  Quem damares?...

Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 25/06/2022
Alterado em 18/07/2022


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