PEC DO VOTO: A SEGUNDA FACADA DE BOLSONARO
Até 2016, os grandes empresários do país gastavam entre 40 e 50 bilhões de reais para eleger os políticos que, uma vez eleitos, defendessem os seus interesses. Havia corrupção?... Sim, em profusão!... Lavagem de dinheiro, mensalinho, mensalão, caixa-2, petrolão, muitos pires na mão e grandes fortunas em paraísos fiscais pra não pagar imposto à nação. Aí, por decisão do Congresso (deputados federais e senadores eleitos por nós, sofridos eleitores), o financiamento eleitoral passou para a responsabilidade exclusiva da União. Moralizou ou a corrupção se oficializou?... Digo melhor: ...ou a corrupção se institucionalizou?!... Como se não bastassem as Emendas Parlamentares (até 25 milhões para cada parlamentar levar anualmente para o seu curral eleitoral); como se não bastasse o Fundo Eleitoral (4,9 bilhões partilhados com todos os partidos), foi criado pelo Executivo (governo bolsonaro) o mais imoral, ridículo e antidemocrático dos sistemas de compra de apoio político para projetos do seu interesse, inclusive sua reeleição: o ORÇAMENTO SECRETO (32 bilhões de reais somente neste ano). Pior: o parlamentar sabe que isto significa sua permanência no poder. O presidente da República, também sabe (convenhamos que os parlamentares secretamente beneficiados trabalhem para reelegê-lo, e por que não?). Com o financiamento de campanha secretamente garantido e o povo desinformado ou temeroso de reagir, claro, os nossos infiéis representantes no Congresso já asseguraram e acabaram de aprovar idêntico Orçamento Secreto para o ano 2023. Ninguém sabe para quem a verba é destinada, somente os presidentes do Executivo, do Legislativo e seus apadrinhados. A vergonha parece maior ainda, quando, a menos de noventa dias das eleições, o Executivo ainda macomunado com o Legislativo, encontra motivo para burlar a Lei Eleitoral e a própria Constituição, ao fazer aprovar, no apagar das luzes, a famigerada PEC Eleitoral (mais de 42 bilhões muito mal distribuídos). Batem palmas os 19 milhões de pobres do antigo PROGRAMA Bolsa Família, que foi sorrateiramente substituído pelo AUXÍLIO Brasil. Talvez não saibam que o programa tinha caráter de efetividade (somente findaria quando o seu objetivo social fosse alcançado), enquanto o auxílio pode ter o seu valor alterado, até zerado, a qualquer momento, a critério do governo, e tem prazo de validade. Mas, pelo que sei, são 62 milhões de invisíveis brasileiros em situação de insegurança alimentar... É quando o governo fecha os olhos e socorre àqueles que de alguma forma já têm suas fontes de renda: os caminhoneiros, os taxistas e outros tantos que atuaram e atuam como seus cabos eleitorais. Nunca se viu, na história de nosso país, tanto dinheiro derramado e mal distribuído. Mais uma facada sem sangue. Desta vez, uma profunda abocanhada em nossos impostos. Desta vez, uma facada não simulada. Quando aprenderemos a votar?... Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 13/07/2022
Alterado em 13/07/2022 |