Ó, CANDIDATO, O QUE VOCÊ DIZ NÃO É O QUE VOCÊ É ! . . .
- Você prometeu diminuir a pobreza, mas está mesmo é dizimando os pobres. Morar nas ruas é um efeito, não uma causa da miséria. A causa é a falta de trabalho que tira do indivíduo a mínima condição de moradia, em voga desde 1948, dotada de saneamento básico. Faltaram trabalho, moradia e alimento para 1/4 da população brasileira. Os sem terra (que queriam trabalhar) e os sem teto (que careciam de moradia) foram por você apelidados de "terroristas" e, para combatê-los, você armou (sem limite de armas) os legítimos e ilegítimos proprietários de terra. Aumentou o número de homicídios no campo, sem culpados. Não acreditamos que seja esse o melhor caminho para diminuir a pobreza, candidato!... - Você prometeu reorganizar a educação, que, ao seu ver, estava "esquerdizada". Mas, seu único projeto, que ainda vem sendo discutido, é o de cingir a educação à área doméstica. Uma ideia que deu certo na Alemanha nazista, quando se impôs à população o pensamento único. Uma forma de manipular os educandos através de cartilha tendenciosa. E olha, candidato, que não estou falando do escândalo de corrupção no MEC em nome de "deus", cujos corruptos e corruptores somente serão julgados depois das eleições. - Você falou que não iria governar no formato antigo, mas hoje, pra sua salvação, quem conduz a administração do país é o antiquado "centrão". O mesmo "centrão" que acaba de pôr em suas mãos mais de quarenta bilhões de reais para serem gastos agora e exclusivamente na sua reeleição. Nada diferente de antigamente, quando, em cima da eleição, filas e filas se formavam à frente das casas dos candidatos mais bem aquinhoados (ou de seus cabo eleitorais) para a farta distribuição de tijolos, telhas e dentaduras, em troca de voto. Depois da eleição, só sofrimento e escravatura. - Você pediu há pouco, pela televisão, que os jovens respeitassem os seus pais e pessoas mais velhas, ouvindo e seguindo seus aconselhamentos. Mas você desrespeitou toda a nação naquele fatídico encontro com seus ministros em 22/abril/2020. Palavrões em profusão. Também, em 07/setembro/2021, em plena comemoração da Independência do Brasil, você falou que, dali em diante, não respeitaria a qualquer recomendação partida do Supremo Tribunal Federal. Um desrespeito à nossa suada democracia. - Só uma coisa você disse que faria e fez. Acabou com o Programa Bolsa Família, ao seu ver, um instrumento para a oposição ganhar a eleição. Aí, criou o Auxílio Brasil: uma tática para enganar os tolos. Programa tem objetivo definido e o governo, qualquer governo de qualquer partido, se obriga legalmente a cumpri-lo. Seu término somente ocorrerá (ocorreria) quando o objetivo social de inclusão dos necessitados for(fosse) atingido. Além do mais, tem suas exigências relativas à educação e saúde: os pais beneficiados comprovam que os filhos frequentam a escola, assim como precisam apresentar os controles de vacinação dos filhos, anualmente, a fim de continuarem recebendo a Bolsa. Eis aí o ensinar a pescar. Auxílio não é assim. Nada se exige além do cadastro único. Apenas é pago e pronto! Como qualquer outro auxílio, cabe ao Executivo alterar o seu valor para cima ou para baixo, conforme o humor da economia, e até eliminá-lo definitivamente, como sói acontecer logo depois das eleições deste ano. Desculpa-me, candidato, mas, vendo os cemitérios lotados de pobres sem féretro, não sei por que eu deva contribuir pra lhe reeleger. Precisamos reencontrar o caminho do nosso futuro, do futuro das gerações mais novas, do futuro do nosso país. Já regredimos demais.
(www.fernandoafreire.net)
______________________________________________________ Nota: Crônica encaminhada para publicação na Revista Barbante, edição de julho/2022 (www.revistabarbante.com.br) ______________________________________________________ Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 07/08/2022
Alterado em 07/08/2022 |