Fernando A Freire

Amar a dois sobre todas as coisas

Textos

AS VERDADES DAS MENTIRAS ELEITOREIRAS

 

 

01   -  O P.I.B. SUBIU:

          - o Produto Interno Bruto (P.I.B.) é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país em um ano, podendo ser previamente calculado e divulgado a cada trimestre.  No 2º trimestre de 2022, conforme divulgação do governo federal, verificou-se o crescimento surpreendente de 2,6% em relação ao trimestre anterior. Bravo!???...

          Análise:

          > com $200 de trigo e $100 de farelo, um país produz $300 de pão, logo, o PIB final (real) será de $300 - e não de $600. Equivale à soma do trigo mais o farelo, se entraram no somatório do PIB anterior.  Se não entraram, vale o produto final: o pão.

> No caso particular do Brasil, já constavam do orçamento da União, para o ano 2022, o 13º salário dos aposentados pelo INSS e o saldo do FGTS de todos os trabalhadores do país.  Isto é:  os ingredientes do bolo final já haviam sido contabilizados, mas o próprio governo os apontou como responsáveis pelo crescimento do PIB no 2º trimestre.

 > Ao serem liberados para consumo e pagamento de dívidas (FGTS + 13º), esses valores entraram indevidamente no cálculo do PIB.  Os mesmos bens (ou fatores) contabilizados duas vezes. Uma inverdade que vem sendo mostrada eleitoralmente a um público em que se sabe que poucos entendem dessa malícia contábil.

 

02  -  O AUXÍLIO BRASIL SERÁ DE R$ 800,00:

          Uma falácia utilizada como estratégia eleitoreira para trair e atrair eleitores.  O Auxílio Brasil já figura no orçamento da União, para o ano 2023, com o valor aprovado de R$ 405,00.  Somente o Congresso poderá alterá-lo, se alguma nova tragédia, além da alegada guerra da Ucrânia, vier a acontecer.  Guerras sempre tivemos (Vietnã, Iraque, Afganistão...) e teremos muitas ao longo do tempo. Em nenhuma delas o Brasil esteve e, queira Deus, nunca venha a estar envolvido. Fosse outro governo, a alegação acertada seria a nossa guerra contra a fome, que vinha sendo esquecida até antes da pandemia do COVID-19.  Falar nesse valor hipotético (R$800) é acreditar em algum desfecho funesto logo no início do próximo ano.  Cruzes!..

 

3  -     DEFLAÇÃO: a quem beneficia?

          Análise:

> o índice divulgado é - pasmem! - a média de 465 itens do mercado, a grande parte de mínimo interesse dos assalariados e da população mais pobre.  É bem verdade que entram o preço da carne, feijão, arroz, trigo, óleo... (que, nos últimos 12 meses, tiveram aumento superior a 40%), mas nesse rol figuram inúmeros supérfluos:  vinhos finos, aparelhos elétricos e eletrônicos sofisticados, escolas particulares... e mais: velas, agulhas, alfinetes, vassouras, cadaços de sapato, clips, frizos de cabelo, tapetes, almofadas, cigarros, etc.  Dessa forma, considerando que os supérfluos superam de muito os itens essenciais para a sobrevivência dos que apenas gastam com alimentação (quando possível), a inflação brasileira estará sempre aquém da realidade do país.  Ainda não acompanham essa realidade os reajustes salariais, principalmente os do salário mínimo.  Significa que a classe média (assalariada) e os mais pobres tendem a ficar cada vez mais pobres.  Além do mais, baixou o preço do combustível, mas não baixaram os preços de passagens de ônibus ou do metrô. A quem essa baixa interessou?

 

4  -     PROMESSAS QUE NÃO SERÃO CUMPRIDAS:

          Um candidato promete aumentar o Auxílio Brasil para R$1.000.  Com absoluta certeza, essa hipótese somente aconteceria em 2024, também a depender do aprove-se do Congresso.  Além do mais, acena com a Renda Básica da Cidadania: Lei 10835/04 - projeto do senador Eduardo Suplicy do PT -, que teve como ponto de partida o Bolsa Família, e caminharia dentro das possibilidades econômicas do país até alcançar o valor de um salário mínimo para todo e qualquer cidadão brasileiro.  Estaria extirpada a miséria que tanto nos envergonha.  O candidato não cita o autor do projeto, tampouco sua vinculação política.

 

5  -     EXCETO O GOVERNO, TODOS SÃO CONTRA O ARMAMENTO GERAL DA NAÇÃO:

          Pelo menos dois dos candidatos que pude ouvir, garantiram à nação o seu desejo de desarmamento geral, todavia, ambos, disseram que os proprietários de terra (claro, são os grandes proprietários) permaneceriam superarmados. Esqueceram de que, no início de sua administração, o atual governo apelidou os sem-terra de "terroristas", garantindo ampla proteção a quem os eliminasse.  Deduzi que o medo no campo vai continuar e será pior do que nos tempos da escravidão.  Desarmamento geral, portanto, se não atinge a todo o país, é mais uma falácia.  Até o nome de Deus, nos lábios da grande parte dos candidatos, lamentavelmente, é uma falácia.

Até as eleições, todos estamos nos divertindo e nos lambusando na festa que o demônio (candidato à reeleição) resolveu dar no inferno.  Depois das eleições e por mais quatro anos, muito choro e tristeza, porque todas as chamas voltarão a ficar acesas.

     

 

  

Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 09/09/2022
Alterado em 10/09/2022


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