Fernando A Freire

Amar a dois sobre todas as coisas

Textos

HITLER NÃO MATOU NINGUÉM, MAS...

 

 

Hitler não tirou a vida de ninguém, com suas próprias mãos, mas acabou responsável pelo extermínio de mais de seis milhões de judeus, ciganos, comunistas, grupos minoritários, deficientes físicos... 

Tudo comandado entre quatro  paredes.

Todo poderoso, Hitler, austríaco e ex-cabo do exército alemão, declarava em todos os recantos o seu autoritarismo, a sua força, o seu poderio:  "O MEU EXÉRCITO".

O holocausto era ordenado aos "seus", generais do "seu" exército, que se obrigavam a cumprir, à risca, o conteúdo de decretos esdrúxulos e as suas ordens arbitrárias e violentas, que se confundiam com o seu humor e sua vontade...

Foi, por isso, considerado o maior de todos os genocidas do planeta.

Apesar de ter atribuído toda a carnificina aos desígnios do Criador - "PRESTEI UM SERVIÇO A DEUS" -, em 30/abril/1945 Adolf Hitler teve a dignidade de suicidar-se.

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Nada diferente desse holocausto, o Brasil dos últimos quatro anos destacou-se como protagonista de incontáveis mortes evitáveis.  

Um fanático seguidor de Hitler, precisamente na época em que todos os brasileiros careciam urgentemente da vacina contra o Covid-19, fez campanha negacionista quanto à sua eficácia. 

Ao tempo em que a desqualificava, impunha a obrigatoriedade do uso da inócua cloroquina, fabricada nos laboratórios militares e amplamente distribuída nas dependências do S.U.S. de todo o país.

Em 20/01/2022, as estatísticas brasileiras exibiam um triste saldo de 697 mil mortes por Covid, grande parte em decorrência do hiato (proposital) havido no cumprimento das recomendações da Organização Mundial da Saúde.

A quem atribuir a responsabilidade pelo excedente de mortalidade associado à pandemia?...

A quem atribuir a responsabilidade pelas mortes decorrentes do largo uso de armas de fogo nas mãos da população brasileira?

A quem atribuir a responsabilidade pela morte, por inanição, de 570 crianças indígenas nos últimos quatro anos, geração mais nova da comunidade de 30 mil indígenas Yanomami?...  (Eliminem-se as crianças e a comunidade deixará de existir).

- Quem facilitou o queima das florestas na região, afastando a fiscalização antes existente?

- Quem fechou os olhos para a invasão de cerca de 20 mil garimpeiros ilegais nas terras Yanomami?

- Quem recebeu 21 Ofícios, nos últimos quatro anos, denunciando esse avanço indevido e o despejo de toneladas de mercúrio no rio Iraricoera (hoje com 8.600% de contaminação em relação ao ano 2018), o que impede os indígenas do uso da água potável e da pesca?;  ainda: ofício acusando a precariedade em que se encontram os indígenas, com as doenças de massa, a carência de remédios e de alimento... - e nenhuma resposta ofereceu a esses reclamos?

Indígenas e camponeses sem terra e sem trabalho, não raro, deslocam-se para os centros urbanos, onde viram pedintes e moradores de rua, que acabam morrendo de fome ou de frio à beira das estradas, das calçadas ou debaixo dos viadutos. 

 

Diante desse desprezo pelas vidas, desse massacre de seres humanos, dessa barbárie orquestrada contra os povos nativos de "nossos bosques" (Têm mais vida?!...), por que não gritar que aconteceu um autêntico genocídio em nosso país?

- E o genocida, quem é e onde se esconde?

Será que ele vai ter a mesma dignidade do seu ídolo nazista???...

 

 

 

Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 23/01/2023
Alterado em 23/01/2023


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