Fernando A Freire

Amar a dois sobre todas as coisas

Textos

A FELICIDADE PODE ESTAR PERTO 

 

 

Como identificar a felicidade quando ela parece estar perto de nós?

É o mesmo que distinguir uma flexa que navega em nossa direção.

Precisa ter coragem para pegá-la com as mãos

e determinação para mantê-la.

A isto chamamos a inteligência do coração.

E o que chamamos de inteligência (que não a do coração)

é apenas lógica.

Então:

Lógica e amor nada têm a ver uma com o outro.

Diante do amor, a lógica propriamente dita não chega a ser essas grandes coisas...

 

Ninguém é dono da felicidade.

Às vezes podemos tê-la ou possuí-la só por um período ou um bom período,

como se fosse um aluguel.

É, sobretudo, necessário ser pontual no pagamento das mensalidades,

sob o risco de ser despejado em caso de inadimplência.

 

Todo mundo tem medo do cotidiano,

como se fatalmente, o tempo com a felicidade provocasse tédio, rotina...

Mas, por acaso, o tédio e a rotina seriam uma fatalidade, uma coisa inevitável?...

É só ver o cotidiano como fonte de cumplicidade.

 

Frutas não colhidas apodrecem no chão.

Seu néctar será todo perdido.

Igualmente, o néctar da felicidade pode ser aquele que nunca será consumido,

por conta da negligência, dos hábitos, das incertezas, do egoísmo e da presunção.

Urge experimentar esse néctar.  Urge não desprezar a fruta que o contém!

 

Nada na vida é mais completo do que um casal que atravessa o tempo,

que aceita que o carinho invada a paixão...

Mas, como viver isso quando só se valoriza o absoluto?...

"Você tem que ser o que eu espero que você seja!"

 

Não é um erro que nosso/a parceiro/a conserve uma parte da sua infância,

uma parte da sua juventude, uma parte do seu sonho.

Acabamos sendo diferentes, mas todos nós fomos crianças, fomos jovens, 

fomos crianças e jovens diferentes...

Cada um tem o seu mundo, que a gente precisa respeitar.

O que se deve fazer é plantar raízes na terra que nos convém.

 

Quem quer dividir com o outro uma etapa da vida deve deixar de acreditar

ou querer que acreditem ser possível entrar numa história importante sem,

na verdade, estar disposto a dar um pouco de si.

Medo?

Não se chega à felicidade com medo.

Há os que se dão plenamente e os que plenamente sabem receber.

Estes, sim,

souberam deter nas mãos a felicidade encontrada.

 

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Inspirado num texto do livro "E se fosse verdade", de Marc Levy.

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Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 19/02/2023
Alterado em 19/02/2023


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