AÇÕES DA ELETROBRAS: O QUE VALIA NÃO VALE MAIS? . . .
Eletrobras recém-privatizada. A União ainda participa do capital dessa empresa com 43% das ações que dão direito a voto. Aliás, os 43% davam direito a voto antes da privatiação e desde que a empresa se tornou de capital aberto. Atenção! A União só tem 10% de participação nas decisões da empresa, todavia particiipará com o total (43%) em caso de prejuízo. Se nas decisões da empresa a participação da União ficou reduzida a apenas 10%, e os outros 33% das ações com direito a voto, simplesmente não valem!!... Que condomínio é esse?!?!?!... Partindo do princípio de que: "Quem compra ações de uma companhia, adquire também os direitos - e os deveres - de um sócio", no caso, a participação legal de cada sócio é e deve ser proporcional ao número de ações que ele possua. Analisemos o seguinte exemplo, clássico: Um condomínio é composto de 100 unidades residenciais, todas pagando a mesma taxa condominial. Um dos condôminos é proprietário de 43 desses imóveis. Pela lógica, pagará, mensalmente, 43 taxas de condomínio. OK! Imaginemos a aberração jurídica se, numa decisão da assembleia de condôminos, a participação desse grande proprietário ficasse limitada a apenas 10% dos votos ! . . . Teria cabimento essa decisão? Fosse você esse grande proprietário, lutaria por seus direitos ou se contentaria com a desclassificação? ................................................. No caso da Eletrobras: - foi uma interpretação da Câmara? ..... Sim! - foi uma interpretação do Senado? ..... Sim! - foi uma interpretação lógica? ..... ..... NÃO!
Antes da privatização, essas ações valiam votos na íntegra e agora não valem mais. Por que os 43% das ações perderam a primasia que tinham antes? São as mesmas ações de antes da privatizaçao. Sempre estiveram nas mãos dos mesmos acionistas, que somos nós - a União.
Um contrassenso.
Essa matemática fora de lógica, essa anomalia fora do padrão democrático, lamentavelmente, coincidiu com a votação da famosa PEC KAMIKAZE (em que os mesmos parlamentares mudaram a Constituição tão somente para atender interesses eleitoreiros e arreganhados para todo mundo ver, no ano 2022).
Tudo isto é, no mínimo, deplorável. Para os políticos que também aprovaram essa aberração - claro! - valeu o interesse do comprador (milionário). Políticos milionários com adquirentes de estatais milionários facilmente se juntam.
Perdemos nosso patrimônio. Precisamos de luz, muita luz, na hora de digitar o nosso voto.
Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 08/05/2023
Alterado em 14/05/2023 |