Fernando A Freire

Amar a dois sobre todas as coisas

Textos

O DIA DA SAUDADE

 

 

A vida é uma corrida.

Bastões vão mudando de mãos:

chama permanentemente acesa,

cada atleta se desvencilha do seu,

passando-o para um outro atleta

se a volta estiver completa.

 

No transcurso,

ultrapassamos e somos ultrapassados.

Corremos, lutamos, suamos...,

sempre na mira do melhor resultado.

 

Chegará o momento em que,

para cada um de nós, a corrida termina,

não para o bastão, que não para.

 

Ele apenas muda de mão e continua

sua marcha sem tempo estipulado,

uma vez veloz, outra com vagareza,

no mesmo plano, mesma direção.

 

Os que o repassam são considerados

 atletas vencedores ou perdedores,

conforme viveram, conforme treinaram,

conforme aprouveram ou desperdiçaram

as chances oriundas dos patrocinadores.

 

Esse bastão, portanto, símbolo da vida,

jamais encontrará a barreira derradeira.

São incontáveis os que o conduzem em

infindos pontos de chegada ou de partida.

 

Cada atleta que esteja alerta

e se esforce pra dar a sua volta completa.

 

(fernandoafreire.net)

 

 

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Comentário feito no rodapé da crônica “Passou o Dia dos Mortos”,

do literata Damião Ramos Cavalcanti, em 06/11/2011

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Caro Damião:

 

Vai o meu abraço.

não de dia de finados,

efeméride que, na realidade,

deveria ser transformada

no DIA DA SAUDADE.

 

 

Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 02/11/2023
Alterado em 10/11/2023


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