PT, CADÊ VOCÊ?!...  "AINDA ESTAMOS AQUI"...

O PT comemora seus 45 anos de esperança.  Vejo-o, com o mesmo orgulho de jovem da década de oitenta, como um partido que nasceu (fevereiro/1980) com o fito de representar os trabalhadores e a classe média, todos empobrecidos, carentes e órfãos da democracia, então unidos e empenhados na luta contra a ditadura.  

No ano seguinte ao seu nascimento, mais precisamente em 30/04/1981, terroristas (militares), sub-repticiamente, paralisaram um encontro de 20 mil trabalhadores que participavam de um show no centro de convenções do Riocenter.  Ali, junto com vinte renomados artistas do MPB, os trabalhadores celebrariam o seu Primeiro de Maio, Dia do Trabalho, a partir da hora zero.  

Felizmente, Deus interrompeu a grande tragédia.  As bombas que os militares armaram no estacionamento do Riocenter não alcançaram o alvo previsto, i.e., aconteceu de "O feitiço virar-se contra os feiticeiros".  As bombas explodiram, sim, mas fora do alvo (a casa de força) ou, por outra, falharam (debaixo do salão de festas) ou, ainda, ao se  tentar remontá-las, uma delas explodiu no colo de dois dos algozes fardados, dentro de um estratégico carro Puma.  

Tivesse dado certo, muitos dos 20 mil participantes do show teriam sido esmagados (pois que só havia uma única porta de entrada/saída).  Outros tantos festejantes, senão todos, teriam sido presos como "subversivos" e responsabilizados inteiramente pelo odiento crime - essa a meta idealizada pelos maus soldados terroristas. 

Tivesse dado certo, o PT, o maior partido representativo dos trabalhadores em toda a América Latina, a "Geny" dos militares e da extrema-direita no Brasil e no mundo, teria deixado de existir logo no seu primeiro aniversário, e a ditadura militar, com absoluta certeza, ainda hoje estaria no poder.  

Um milagre que precisamos relembrar a cada aniversário do partido e, com maior ênfase, a cada Primeiro de Maio.  "Ainda estamos aqui".

Parabéns, PT, pela labuta em favor do social que sempre o distinguiu e, principalmente, pela coerência, por parte de seus representantes, de nunca terem sequer cogitado de mudar a suas bandeira, o seu símbolo e a sua sigla.